A teologia não foi criada  por si mesma, no sentido que a revelação e a fé tenham-na criado ou  construído. Foram utilizadas duas palavras gregas para indicar o seu  objetivo ou tarefa: Qeoj (deus, um termo geralmente usado no mundo antigo para  seres que têm poder ou conferem benefícios que estão além da capacidade  humana) e logoj (palavra  que revela) ou  também qeologoi,  que significa Palavra de Deus; não é o vocábulo, mas uma linguagem que encerra  a idéia, isto é, ensino a respeito dos deuses ou das coisas  relacionadas ao divino.
De acordo com o dicionário  da igreja católica, pode-se defini-la da seguinte forma:
Teologia é a  ciência que diz respeito a Deus conforme ele é revelado, e às suas  relações com as criaturas. Pode ser dividida da seguinte maneira, entre  outras: (1) dogmática: o que se  exige que acreditemos; (2) moral: vida de  acordo com as leis de Deus e da igreja; (3)  pastoral: cuidado das almas pelo clero; (4) ascética: prática da virtude; (5) mística: graus elevados de vida  espiritual; (6) natural:  conhecimento de Deus e dos deveres do homem para com ele, conforme pode ser deduzido apenas pela razão,  sem a ajuda da REVELAÇÃO.
O conceito de teologia  aparece pela primeira vez no pensamento grego, através de Platão (379  a.C.). Entretanto, Platão entendia que a teologia era relacionada aos  mitos, às lendas, aos deuses e suas histórias, que eram criticados  filosoficamente, desmitificados e interpretados conforme as normas da  educação política e purificados de toda inconveniência.
Então, segundo Platão, a  teologia representa o caminho do mito ao logoj. Apesar de Anaximandro (filósofo  que viveu entre 610-09 e 547-46 a.C. e escreveu uma obra Da Natureza,  de que ficou um fragmento textual) e Heráclito (filósofo que viveu na Ásia  Menor, Éfeso, era de estirpe real, solitário e desdenhoso (VI e V a.C.) e  expôs o seu sistema numa obra filosófica intitulada Da Natureza) já terem delineado este  sentido, concluem que com Platão havia chegado à perfeição.
A função do logoj consistia em descobrir a  verdade que estava escondida pelos deuses, utilizando a forma da  revelação, alhqeia (verdade, fidedignidade, confiabilidade, justiça).
Aristóteles chama os poetas  Hesíodo e Homero de criadores de mitos, e os filósofos jônicos da  natureza, de físicos. Através dessas e outras afirmações de Aristóteles  surgiu a conhecida metafísica (parte da filosofia, que com ela muitas  vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades diversas,  apresenta as seguintes características gerais ou algumas delas: é um  corpo de conhecimentos racionais (e não de conhecimentos revelados ou  empíricos) em que se procura determinar as regras fundamentais do  pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de princípios de  qualquer outra ciência, e a certeza e evidência que neles reconhecemos),  e que nos dá a chave do conhecimento do real, tal como este  verdadeiramente é (em oposição à aparência) ), a qual também é um  conceito de teologia. Entretanto, logo a seguir ele construiu a teologia  ontológica, que tem como significado:
O deus (dos filósofos) torna-se fim e meta de uma  filosofia primeira que tem por objetivo o ser enquanto ser o que é  estudado nas suas relações e causas primeiras até provar que existe um  ser absolutamente primeiro de quem dependem o céu e a Terra.
Com base nessas reflexões  filosóficas cria-se um diálogo aberto com a religião, com o tema Deus e  com a divindade filosoficamente possível. Esta linha de pensamento se  aplica diretamente ao campo religioso e faz surgir um local para a  teologia e para os teólogos utilizarem. A princípio os teólogos são os  anunciadores de Deus e a teologia é o tema religioso dos deuses, isto é,  a forma especial dos deuses falarem no culto.
Com o passar dos tempos o  termo teologia sofreu muitas qualificações negativas, até que a fé  cristã aceitou o termo teologia, de modo claro e definitivo, nos séculos  IV e V.
Nessa viagem histórica  alguns nomes são importantes em relação à definição e ao conceito da  teologia. Entre estes pode-se citar: Agostinho, Abelardo, Henrique de  Gand, Tomás de Aquino e outros.
Tomás de Aquino, foi quem  distinguiu a teologia natural dos filósofos, na qual Deus pode ser  conhecido como princípio e fim do conhecimento do mundo e de si, da  teologia relativa à Santa Doutrina, na qual Deus é o sujeito de todos os  enunciados. Isto ocorre porque a Santa Doutrina parte da  automanifestação sobrenatural de Deus na sua revelação, atestada pela  Bíblia (Sagrada Escritura). Na escolástica (doutrinas  teológico-filosóficas dominantes na Idade Média, dos séculos IX ao  XVII, caracterizadas sobretudo pelo problema da relação entre a fé e a  razão, problema que se resolve pela dependência do pensamento  filosófico, representado pela filosofia greco-romana, da teologia  cristã. Desenvolveram-se na escolástica inúmeros sistemas que se  definem, do ponto de vista estritamente filosófico, pela posição adotada  quanto ao problema dos universais, e dos quais se destacam os sistemas  de Santo Anselmo, de São Tomás  e de Guilherme de Ockham ) encontra-se várias vezes o  termo sacra pagina ou sacra scriptura por causa disso.
No entanto, Tomás de Aquino  mostra que há uma discussão entre a teologia e a filosofia e por serem  diferentes não há vínculos entre elas. Ele mostra que toda discussão que  existia e vinha caminhando desde a antigüidade, em relação à  controvertida concepção da teologia (mítica, cultural, política e  filosófica) está resolvida.
Tomás de Aquino conclui que a  teologia mítico-cultual é uma entidade que pertence à história e é  substituída pelo verdadeiro conhecimento de Deus, que é revelado através  da sua plenitude em Jesus Cristo. Todavia não se pode eliminar a  teologia filosófica, pois esta deve ser considerada como parceira, porém  a pressupõe e a completa e também lhe dá o verdadeiro sentido.
Então, voltando à pergunta  inicial: O que é a teologia? Qual o significa desta palavra? É lógico  que para entender é preciso compreender o conceito de teologia. Ao ter  uma clara e correta definição deste conceito, há uma melhor compreensão  do que vem a ser o exercício teológico e teologizar.
Como já foi dito no início,  através de um rápido exame etimológico, a palavra teologia vem do grego e  significa discurso, ensino sobre Deus ou ciência das coisas  divinas.
Conforme todo cristão  aprende, a teologia necessita de uma revelação, afinal é a revelação de  Deus aos homens. Então, Deus é o assunto da teologia; assim como Jesus  Cristo, o Deus-homem; e também o Deus-espírito, o Espírito Santo. O bom  disso tudo é saber que Deus é quem se revela ao homem e o ponto máximo  da revelação de Deus é Jesus Cristo.
Só a Bíblia revela todo esse  conteúdo relativo à pessoa de Deus. A Bíblia é a auto-revelação de Deus  aos homens através dos escritos. Portanto o cristão crê num Deus revelatus.
